The show must go on

domingo, 31 de outubro de 2010 às 7:03 PM
Fiquei pensando no próximo texto a escrever aqui... 2 semanas no ostracismo e este blog me tentou a escolher a alternativa de desativá-lo. Mas seguirei firme =).

Bom.. falarei sobre... bandas. Nenhuma em especial, mas sim a questão de o o que fazem e como fazem.

Ontem estava com alguns amigos e pudemos assistir à uma apresentação em um conceituado rock bar, o qual, teoricamente, exige altíssima qualidade de quem se propõe a tocar. Pois bem, estávamos lá, prontos para ouvir o que aqueles rapazes (alguns senhores), que apontam ter mais de 20 anos de carreira, poderiam mostrar.

A banda não era ruim, de forma alguma, mas a escolha do repertório foi a questão. Você pode argumentar de que isso é algo relativo. Sim, e vai estar coberto de razão. Mas também, caso ouvisse as músicas, iria se perguntar "Ei, eu já ouvi algo parecido com outras bandas, em outros lugares..."

Se você tem uma banda, ou um grupo musical de qualquer estirpe, qual é a primeira coisa que vem na sua cabeça ao escolher um repertório musical?

Se a frase "vamos escolher o que uma plateia qualquer pode considerar aceitável", sinto dizer, na minha opinião, que isso é fator suficiente para transformar aquela noite de show que poderia ser interessante em mais uma noite com uma ''banda de musiquinha de elevador'', servindo de pano de fundo para uma plateia morna, a qual muitas vezes não presta muita atenção em vocês.

Não escolha o que a plateia irá achar "aceitável". Escolha aquilo que vocês, como grupo musical gostam porque, em primeiro lugar, a principal plateia são vocês mesmos, que estudam, trabalham e se esforçam ao máximo para conseguirem fazer sua arte, para conseguirem se divertir.




Sugestão de leitura fácil - Outubro/2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010 às 10:16 AM
Este mês, venho sugerir a leitura de A Armadilha de Dante, do autor francês Arnaud Delalande. A história se passa na Sereníssima, ou como é melhor conhecida, Veneza do século XVIII. Não é o meu estilo preferido de leitura, mas para aqueles que gostam de histórias como Seven - os sete crimes capitais vão se interessar bastante. Busquei esse livro devido ao uso que ele faz da imagem de Dante Alighieri e da Comedia - ou como ficou conhecida tempos mais tarde, Divina Comédia - um dos textos mais interessantes e importante da literatura européia. As personagens de A Armadilha não são tão carismáticas assim, nenhum que você lembre depois de um ou dois anos após a leitura. O texto é bem estruturado e a trama faz um paralelo dos acontecimentos com a decida ao inferno traçada por Dante e Virgilio no texto de Alighieri. Neste ponto é interessante, já que há citações do texto original, comentários dos personagens, associação das personagens mortas com os capítulos do livro etc.
A Armadilha de Dante é distribuido no Brasil pela editora carioca Record, que sempre capricha na arte gráfica das capas.

Desta vez, começarei a aplicar uma espécie de notas às leituras (inspirado nos "tijolinhos" do meu amigo pedreiro Renato) :

0 a 2 - completo desperdício de papel
2,5 a 4 - lixo
4,5 a 5 - médio
5,5 a 6 - passa de ano
6,5 a 7,5 - bom
8 a 9,5 - muito bom
10 - obra-prima


No caso do nosso amigo Arnaud aqui, ele fica com um 6: é um livro comercial, o qual cumpre o seu papel de entreter por alguns dias ou semanas (ou meses, dependendo do leitor). Passa de ano. Ponto.

Texto Imperfeito - Bárbara Apaixonada

sexta-feira, 8 de outubro de 2010 às 8:08 AM
Quando Bárbara me disse que estava apaixonada, estava muito frio na nossa rua. Os céus se abriram de repente, quando ela cantou a frase "Romano, meu amigo, estou apaixonada". Nunca havia a visto daquela forma, sempre taciturna, crítica, de humor diabólico e ranzinza. Muito ranzinza.

Semanas depois, a vi comendo quindim. Sempre repudiou todos os elementos da gastronomia que fossem amarelos: Milhos, gemas de ovos, queijos - ela tinha um ódio particular por queijos - massas e também não poupava as frutas: abacaxis, bananas, melões etc.

-"É presente dele" dizia ela, plácida e com um sorriso de quem flutua nas núvens. Estava tão desligada que mal percebera que o tal rapaz errara feio na escolha do mimo. Depois de 10 segundos, percebi, pelo estado de espírito da minha querida Bárbara, que o homem poderia lhe dar um vidro da mais amarela, amarga e fétida mostarda que ela ainda sim sorriria, e comeria a colheradas aquele codimento outrora por ela detestável.

Dias se passaram e não ouvia mais falar de Bárbara. Lembro-me de que foram dias de silêncio e sol, um sol forte e impiedoso, que açoitava a nossa pele ferozmente. Foram dias quentes, como os dias de todas as paixões devem ser, dias onde não existe razão, não existe problema e nada é metódico. Os carros flutuavam, as pessoas voavam e os pássaros cantavam Fígaro. Não via Bárbara, mas sabia que ela estava ali. Tudo era colorido, quente e emocionante. Tudo era imortal, como toda paixão prega que seja.

Em uma tarde de quinta, começa a chover. O calor permanecia, mas a chuva, de forma direta e como chavão, tirava as cores das paredes. O asfalto agora era um pântano inconveniente, onde as pererecas descontroladas entravam pelas calças dos homens e subiam os vestidos das moças insandecidas. Pela primeira vez em semanas vi Bárbara. Ela estava na esquina de nossa rua. Não via sinal de lágrimas em seu rosto. As lágrimas de uma paixão não podem se esconder na água de chuva. Seria impossível e absurdo esconder sentimento tão vivo!

Na verdade, Bárbara estava de olhos fechados. Não havia expressão no rosto que viria a significar algo para mim ou para quem mais a visse ali. Mas lá estava ela, parada, molhada, boquiaberta, consumindo a chuva de água quente. Era seu desejo bebê-la por inteiro e era dela, a chuva era apenas dela. E lá ela ficou, suportou toda a chuva em seu corpo como um condenado suporta as chicotadas de um capataz, as chicotadas do amor utópico.


Mais dias se passaram sem que eu pudesse ver Bárbara, sem que pudesse me deparar com ela saindo de sua casa. Quando acordei, pude ver novamente a neblina que cerca e sempre cercou nossa rua. Aquela era a velha Bárbara. A minha querida, taciturna, crítica, diabólica e ranzinza, muito ranzinza e agora decepcionada e triste Bárbara.


E voltei a sorrir.

Abestados

quarta-feira, 6 de outubro de 2010 às 5:24 AM
Colocarei aqui algumas palavras sábias de minha amiga Bárbara Angélica, sobre um recente acontecimento das eleições:

"... o Tiririca provavelmente é cassado por ser analfabeto, mas com os votos dele sobem outros 3 deputados... sendo que um deles é o "mensaleiro do Lula" e o outro é um pastor que esbraveja pelos quatro cantos que os homossexuais são obras do demônio .... enfim, a jogada foi boa... se a campanha fosse impugnada antes da eleição, a coligação (PR, PT, PTdoB, PCdoB e PRB) não consegueria aproveitar tdos esses votos."

Exemplo claro de que pedir para um povo politicamente inconsciente votar é o mesmo que mandar um macaco pilotar um foguete até a lua. Nosso embrião político consistiu de eleições indiretas e, após isso, anos de ditadura. Essa mesma amiga é da opinião de que somos "eleitoralmente imaturos", pois são apenas 25 anos com eleições diretas. Mas nesse tempo, houve apenas o crescimento do desinteresse político por parte dos que votam. Onde está a massa mobilizadora das décadas passadas?

Pergunto: "eleitoralmente imaturos" ou "eleitoralmente alienados" mesmo?

Formalidade

segunda-feira, 4 de outubro de 2010 às 6:39 PM
Hoje recebi meu diploma de bacharel. No sentido prático, significa que cumpri com todas as formalidades da graduação. Significa que agora posso prestar concursos públicos onde o prérrequisito é o grau superior completo. Significa que eu poderei ter o mínimo de privilégios caso seja preso um dia (não sei se isso existe ainda, alguém e confirme, por favor). Significa que tenho um documento que posso, de forma bem cliché e que realize anseios de minha mãe, emoldurar e pregá-lo em uma parede às vistas das visitas.

Mas no sentido que realmente interessa, o que significa?

Hoje até comentei com minha cara Gabi Simas, a qual me respondeu, em suas próprias palavras, que deseja minha felicidade em todos os aspectos da vida. Li o comentário - óbviamente gostei muito - e pensei que ela teria ido além daquilo que eu estava pensando no momento. Eu falei 'diploma' e ela disse 'felicidade'.

Só depois, quando cheguei à universidade, fui digerir essa tonelada de sabedoria escrita em uma única palavra. Peguei o diploma e constatei que...


...era apenas um pedaço de papel.


Não estou querendo tirar a importância desse documento, muito pelo contrário, endosso que ele é importante. Mas, diante de outras coisas, ele não significa tanto. Aquele diploma não é o reflexo do que eu sou de fato. O que realmente importa, a universidade já me deu durante os anos em que lá estive, e não agora. Ela ajudou a constituir minha forma de pensamento. Os amigos que tenho, o trabalho, influências, gosto por artes, ou seja, praticamente tudo o que tenho contato hoje.

Agora me diga: Você equivaleria a importância de um diploma à de uma vida inteira?

Et...phone...home...again?

sexta-feira, 1 de outubro de 2010 às 6:00 AM

AAAAH! Finalmente voltei a escrever aqui. Desculpe, meu exíguo público, falta do que escrever, de fato. A lavagem cerebral tem sido intensa nessas últimas semanas, com questões políticas, de trabalho... Ao menos pude também viver coisas maravilhosas com pessoas maravilhosas. Bom, voltando à questão do tópico, estou para dar minhas primeiras considerações sobre The Event, série que estreou recentemente com epíteto de "novo Lost". Bom, vimos o que aconteceu da última vez em que isso foi dito (Flashfoward foi apontada como o novo fenômeno das séries e acabou em uma vexatória única temporada, com final inconsistente). A questão é que agora pode acontecer o mesmo. Parece que superar o sucesso Lost de forma imediata virou um objetivo fundamental de roteiristas, produtores etc. A série começa bem, com um fluxo de acontecimentos complexos, que podem exigir atenção dos mais desligados como eu. O que se mostra como completo suspense dá lugar à ficção ciêntifica, logo no final do primeiro episódio. Em resumo: ao que parece, mais uma série de extraterrestres. Depois de The 4400, Battlestar Galactica, e atualmente Visitors, essa é a nova aposta. Bom, até agora foram 2 episódios. Tende a melhorar. Apesar de eu achar que não, já que, ultimamente, há uma saturação no quesito ficção ciêntifica. Saturação maior quando se fala de seres de outros planetas... brrrruuuu...! Ah, onde estão os velhos tempos de Arquivo X?

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